Ferramentas da qualidade do projeto: quais as principais?
- 05/10/2022
- Robson Camargo
Ferramentas da qualidade são técnicas gráficas específicas identificadas como as mais úteis na resolução de problemas relacionados com a qualidade de um produto ou processo. Elas nos ajudam a ganhar mais mercado, ter mais clientes fiéis, uma vez que a preocupação não é apenas com a produção, mas com a qualidade de forma abangente, em todo o processo ou em todas as áreas da empresa.
Veja quais são as sete ferramentas da qualidade:
1 - Diagrama de Pareto
Uma das 7 ferramentas da qualidade, o Diagrama de Pareto é uma técnica em que os problemas são separados em partes, assim eles são analisados entre si. Geralmente, para a produção do diagrama é utilizado um gráfico de barras verticais.
Vilfredo Pareto foi um economista, filosofo e estudioso que observou que 80% das terras da Itália pertenciam a 20% da população. Joseph Juran, um dos papas da Qualidade, generalizou o princípio, afirmando que em muitas situações, 80% dos efeitos devem-se a 20% das causas.
Princípio 80/20: 80% dos problemas se devem a 20% das causas.
O principal motivo é o grande volume de trabalho que todos nós temos sem atuar onde realmente faremos a diferença.
Se trabalharmos de forma efetiva resolvendo os 20% das causas que originam 80% dos problemas, teremos muito mais tempo para trabalharmos de forma mais efetiva.
Análise de Pareto:
- Histograma ordenado por frequência de ocorrência;
- Ajuda a identificar e priorizar áreas problemas;
- Mostra quantos defeitos foram gerados por tipo ou categoria de causa identificada;
- poucas causas normalmente produzem a maioria dos problemas ou defeitos.
2 - Diagrama de causa-efeito ou Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe, é mais uma das ferramentas de gestão da qualidade. Trata-se de um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio em discussões de um problema prioritário, em processos diversos ou na produção industrial.
Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes, o diagrama foi desenvolvido com o objetivo de representar a relação entre um “efeito” e suas possíveis “causas”.
Esta técnica é utilizada para descobrir, organizar e resumir conhecimento de um grupo a respeito das possíveis causas que contribuem para um determinado efeito.
Em sua estrutura, as prováveis causas dos problemas (efeitos) podem ser classificadas como sendo de seis tipos diferentes quando aplicada a metodologia 6M:
Método: toda a causa envolvendo o método que estava sendo executado o trabalho;
Material: toda causa que envolve o material que estava sendo utilizado no trabalho;
Mão-de-obra: toda causa que envolve uma atitude do colaborador (ex: procedimento inadequado, pressa, imprudência, ato inseguro);
Máquina: toda causa envolvendo a máquina que estava sendo operada;
Medida: toda causa que envolve os instrumentos de medida, como por exemplo, sua calibração, a efetividade de indicadores em mostrar as variações de resultado, o resultado apontando que um acompanhamento está sendo realizado, se algo ocorre na frequência necessária, etc;
Meio ambiente: toda causa que envolve o meio ambiente em si (poluição, calor, poeira) e, o ambiente de trabalho (layout, falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos);
Ishikawa observou que, embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam, e que qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las.
Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial nos anos 60.
3 - Histogramas
O histograma, também conhecido como distribuição de frequências, é a representação gráfica em colunas ou em barras (retângulos) de um conjunto de dados previamente tabulado e dividido em classes uniformes ou não uniformes.
A base de cada barra (retângulo) representa uma classe. A altura de cada retângulo representa a quantidade ou a frequência absoluta com que o valor da classe ocorre no conjunto de dados para classes uniformes ou a densidade de frequência para classes não uniformes.
Importante ferramenta da estatística, o histograma também é uma das chamadas sete ferramentas da qualidade.
4 - Folhas de Verificação ou simplesmente Checklist
As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o esquecimento de algo ou o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos.
O Checklist é bom porque é rápido e pode ser ruim porque é rápido. Bom porque não se esquece de nada. Ruim porque a equipe pode limitar-se ao Checklist e fazê-lo de forma automática, sem muito critério.
5 - Gráficos de Dispersão
Os diagramas de dispersão ou gráficos de dispersão são representações de dados de duas (tipicamente) ou mais variáveis que são organizadas em um gráfico.
O gráfico de dispersão utiliza coordenadas cartesianas para exibir valores de um conjunto de dados. Os dados são exibidos como uma coleção de pontos, cada um com o valor de uma variável determinando a posição no eixo horizontal e o valor da outra variável determinando a posição no eixo vertical (em caso de duas variáveis).
Descrito pela primeira vez por Francis Galton, o gráfico de dispersão, uma das ferramentas de qualidade, é usado para verificar se existe relação de causa e efeito entre duas variáveis de natureza quantitativa (variáveis que podem ser medidas ou contadas).
Isto não prova que uma variável afeta outra variável, mas determina se existe relação e qual a intensidade da relação entre elas.
6 – Gráficos ou Cartas de Controle
Carta de controle é um tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento de um processo. Este gráfico determina estatisticamente uma faixa denominada limites de controle que é limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle), além de uma linha média.
O objetivo é verificar, por meio do gráfico, se o processo está sob controle, isto é, isento de causas especiais. As Cartas de controle são mais uma das ferramentas da gestão da qualidade.
7 - Fluxograma
É um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo ou algoritmo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem.
Ou seja, é a sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o qual caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o tempo necessário para sua realização, a distância percorrida pelos documentos, quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participantes deste processo.
Os fluxogramas são muito utilizados em projetos de software para representar a lógica interna dos programas, mas podem também ser usados para desenhar processos de negócio e o workflow que envolve diversos atores corporativos no exercício de suas atribuições.
Aqui estão as 7 principais ferramentas da qualidade. Você tem alguma dúvida? Manda pra gente!
Sobre o autor
Robson Camargo, PMP, MBA, GWCPM, ASF, PSM-I, DALSM, é professor nos cursos de MBA das Principais Escolas de Negócio do País: FGV, Fundação Dom Cabral e FIA/USP com Certificação PMP – Project Management Professional emitida pelo PMI, MBA em Administração de Projetos pela FEA/USP e Master Certificate pela George Washington, Certificado como Scrum Master pela Exin e Scrum.org, Ceritficado como Disciplined Agile pelo PMI e Mestrando em TRansformação Digital pela FGV. Autor do livro PM VISUAL e criador do Método PM VISUAL. Sua equipe realiza treinamentos e consultorias em empresas do Brasil e exterior. Robson Camargo está à frente da RC Robson Camargo – Projetos e Negócios, há mais de 17 anos.
As marcas PMP, PMI, PMBOK e a logomarca “REP” RegisteredEducationProvaider são marcas registradas do Project Management Institute, Inc.
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