Iterativo e incremental: quer saber exatamente o que isso quer dizer?

Iterativo e incremental: quer saber exatamente o que isso quer dizer?

• 01/10/2019
• Robson Camargo

 

Um desenvolvimento de projeto iterativo e incremental apresenta dois conceitos diferentes, porém, que traz resultados muito eficientes quando caminham juntos.

Foi criado pela metodologia ágil para solucionar algumas falhas dos projetos planejados pelo método tradicional ou cascata, especialmente para o desenvolvimento de softwares.

O que é iteração?

Para entender o que significa iteração, é preciso pensar na repetição de um processo que gera sequência. No contexto dos métodos ágeis, desenvolvimento iterativo representa uma caixa de tempo no qual o projeto é realizado, dividido em trabalho funcional específico.

O que é iterativo?

No processo iterativo essa repetição sempre vai gerar um refinamento até que o projeto atinja um nível satisfatório para as metas do projeto.

Esse refinamento vai gerar também menor impacto nos custos, porque há uma melhor compreensão do projeto a cada vez que ele passa por uma iteração.

No método Extreme Programming, esse efeito iterativo é chamado de iteração mesmo, já na metodologia Scrum, essas iterações são conhecidas como Sprint, que tem um intervalo definido, que pode variar entre 2 a 4 semanas.

O que é incremental?

No modelo incremental o projeto é construído e entregue por partes, em pedaços, mas cada um é composto por um subconjunto de funcionalidades completas, que terão feedbacks coletados e requisitos revistos nas iterações.

Essa iteratividade vai resultar em um incremento e em cada incremento será realizada a análise, implementação, teste/verificação e manutenção.

O desenvolvimento incremental prevê a divisão em miniprojetos, com sistemas parciais criados para produção de um sistema total final.

Desenvolvimento incremental e iterativo: como funciona?

Um projeto iterativo e incremental pode ter antecipação de valor para os clientes com a entrega de partes do produto e aprimoramentos contínuos.

Já no ciclo de vida preditivo do projeto, de acordo com o Guia PMBOK, o escopo, cronograma e custo do projeto são determinados na fase inicial, enquanto a entrega é totalmente realizada no final.

É um ciclo orientado pelo plano, com fluxo de trabalho no qual é previsto um tipo de trabalho em cada fase .

Mas quando vamos usar o método iterativo e incremental? Especialmente quando surgem demandas por liberação antecipada de um produto e recursos e metas de alto risco estão envolvidos.

No desenvolvimento iterativo e incremental dos métodos ágeis, as estimativas de tempo e custo são modificadas rotineiramente à medida que a equipe vai entendendo melhor sobre o produto desenvolvido no projeto. Os feedbacks obtidos a partir de cada Sprint ou Iteração vão produzir melhorias no intervalo que vem a seguir.

Pelo método iterativo e incremental  é preciso um propósito, objetivo e flexibilidade para promover as adaptações, por isso, é possível dizer que esse tipo de desenvolvimento trabalha em fases:

-          Fase inicial: quando lida-se com escopo, requisitos e riscos em níveis mais altos;

-          Fase de requisito: realiza-se a arquitetura do projeto, modera-se riscos e atende-se aos requisitos não funcionais;

-          Fase de design:  funções sofisticadas são projetadas nesta fase;

-          Fase de testes: depois da conclusão de mais uma iteração, o produto ou serviço vai passar por testes;

-          Fase de avaliação: os feedbacks são recebidos logo ao final da iteração;

-          Fase de entrega: entrega parcial é realizada ao final de cada iteração e o cliente já agrega valor já  no início do projeto.

Quais as vantagens do desenvolvimento iterativo e incremental?

Trabalhar dessa forma iterativa e incremental vai proporcionar algumas vantagens, entre elas:

-       É muito adequado para organizações ágeis;

-       No desenvolvimento iterativo e incremental, é gasto menos tempo na documentação e mais no design;

-       Mudanças podem ser realizadas na etapa de desenvolvimento;

-       Há mais chances de modificar a direção de um projeto;

-       É mais flexível e menos caro alterar escopo e requisitos;

-       Um desenvolvimento paralelo pode ser planejado;

-       Riscos podem ser identificados e resolvidos durante a iteração;

-       Testes durante iterações menores são mais fáceis;

-       Mais agilidade e produtividade para o time de desenvolvimento;

-       É possível obter um feedback mais confiável do usuário.

Atualmente, o desenvolvimento de produtos, especialmente os softwares,  exigem planejamento e execução iterativas e incrementais, porque o mundo é dinâmico, exige mudanças e adaptações a partir de inovações, porque nem sempre o que se planeja no início, por questões diversas, permanece igual ao longo da execução.

Mas também não está descartado um tipo de desenvolvimento adaptado, que pode permitir mais reflexão e produtividade. É preciso pensar em qual metodologia você vai precisar para obter resultados mais satisfatórios.

E então, entendeu o que é incremental e iterativo, significado e aplicação? Caso tenha dúvidas, envie seus questionamentos.

Veja agora um vídeo sobre quais são as fases de um projeto:

 

Sobre o autor

Robson Camargo, PMP, MBA, GWCPM, ASF é professor nos cursos de MBA das Principais Escolas de Negócio do País: FGV, Fundação Dom Cabral e FIA/USP com Certificação PMP – Project Management Professional emitida pelo PMI, MBA em Administração de Projetos pela FEA/USP e Master Certificate pela George Washington. Robson Camargo é autor do livro PM VISUAL e criador do Método PM VISUAL. Sua equipe realiza treinamentos e consultorias em empresas do Brasil e exterior. Robson Camargo está à frente da RC Robson Camargo – Projetos e Negócios, há mais de 11 anos.

As marcas PMP, PMI, PMBOK e a logomarca “REP” RegisteredEducationProvaider são marcas registradas do Project Management Institute, Inc.