O que é valor agregado?
- 8/2/2018
- Robson Camargo
Um termo bastante falado, mas pouco utilizado na prática é o valor agregado, mas você sabe o que é valor agregado? E por que as pessoas não utilizam?
Em linhas bem gerais podemos dizer que a técnicas de controle pela análise do valor agregado, é uma avaliação do que foi concluído versus o que foi planejado, ou seja, o que deveria estar pronto até a data da análise.
Mas para entender melhor o que isso significa é preciso associar ao valor agregado outros índices como valor planejado, variação de prazo, variação de custos e outros cálculos que servem também para fazer essa análise. Vou explicar mais logo abaixo.
O que é valor agregado: prazos, custos e desempenhos
Valor agregado em gerenciamento de projetos é um termo originário do mundo das finanças, que mede performance. É uma metodologia que integra a análise de escopo, cronograma e recursos financeiros em um projeto.
Mas a resposta para o valor agregado em projetos é bem diferente da pergunta o que é valor agregado de um produto, que pode ser explicada como a percepção que um cliente tem de um produto ou serviço que atenda suas necessidades, considerando o seu benefício e preços em comparação à concorrência.
Na mesma linha, também pode ser confundida com a pergunta sobre o que é agregar valor, que nada mais é que acrescentar inovações, proporcionar um diferencial ao um produto que vai agradar mais os clientes em relação ao que já existe no mercado.
Então neste mesmo raciocínio, para entender como agregar valor ao produto, é preciso saber como acrescentar benefícios ou adicionar um plus ao produto que será entregue ao cliente.
Já na área de gerenciamento de projetos, o valor agregado é um recorte do que pode ser avaliado em um projeto que está em andamento. Para isso existem 3 valores que devem ser considerados: Valor Agregado, Valor Planejado e Custo Real.
Valor agregado é o valor do que já foi concluído, é quanto vale o que já foi realizado em seu projeto.
Valor planejado é quanto vale o que havia sido orçado até a data da análise.
Custo Real é quanto já gastou efetivamente no projeto.
Para explicar melhor, vamos dizer que quando um gerente de projetos recebe um projeto, ele tem um determinado orçamento, com uma programação específica de tarefas a serem cumpridas (escopo) e prazos de término.
Por exemplo, um projeto tem 10 meses para terminar e uma verba total, com planejamento de gastos e tarefas mensais.
É claro que se ele é um gerente de projetos competente, que está sempre atento ao que foi acordado com o cliente, vai supervisionar esses custos e prazos, para atingir satisfatoriamente os seus resultados.
Para fazer isso, mais do que saber o que é valor agregado, ele vai precisar fazer a análise do que foi feito, ou seja, do valor agregado, em outras palavras, de quanto já concluiu, quanto já agregou de deliverables finalizados ao projeto.
O que é valor agregado: análise no projeto
Para fazer a análise do valor agregado, que, inclusive, é a preocupação de muitos candidatos que vão fazer a certificação PMP® (Project Management Professional), do PMI® (Project Management Institute), é preciso trabalhar com as três variáveis que citamos: o que havia sido planejado, o que foi realizado e o que foi gasto.
É assim que ele vai saber se está adiantado ou atrasado nos prazos e dentro do orçamento, economizando ou estourando a parte financeira.
Para fazer essa análise a primeira coisa é reunir os seguintes dados:
. Valor total do orçamento, chamado como Orçamento no Término (ONT);
. Valor Planejado (VP), que é o valor orçado para ser gasto até a data do status do projeto,
. Custo Real (CR), que é o valor gasto efetivamente até a data de staus,
. Valor Agregado (VA), que é o valor de tudo o que foi concluído até a data de status (baseado no valor orçado). Isso se descobre multiplicando o percentual de conclusão da atividade pelo valor orçado da atividade. A somatória de todos esses valores até a data de status é o valor agregado.
Com esses números será possível saber como o projeto está em termos de prazo e custos.
Prazo
Variação de prazo: Para medir como o projeto está em termos de prazo, o primeiro dado é avaliar a Variação de Prazo (VPr), ou seja, a diferença entre o quanto foi realizado em relação ao que tinha que ter sido realizado.
Para isso usamos: Valor Agregado e Valor Planejado (VP), na seguinte equação:
VPR= VA – VP (Valor Agregado menos Valor Planejado).
Nesta conta, se o resultado for positivo, significa que está adiantado, já se o resultado for negativo, significa que está o projeto está atrasado. E se a variação for igual a 0, isso significa que o projeto está rigorosamente no prazo.
Índice de Desempenho de prazo: para saber qual é o percentual do que foi realizado, é preciso medir o Índice de Desempenho de Prazo (IDP), que é uma relação entre os dois fatores acima, Valor Agregado e Valor Planejado (VP). Nesse caso, a equação é a seguinte:
IDP= VA / VP (Valor Agregado dividido pelo Valor Planejado).
Nesta conta, se o resultado maior que 1, significa que o projeto está adiantado, já se o resultado for menor que 1, significa que está atrasado no volume de tarefas.
Observação: se IDP for > 1, o VPR será positivo (Adiantado). Se o IDP < 1, o VPR será negativo (Atrasado). Se o IDP for = 1, o VPR será ZERO, significando que o projeto está absolutamente no prazo exato conforme o planejamento original.
Infelizmente, o mais comum é IDP < 1 ! Mas, vamos mudar esse cenário aprendendo como tomar melhor os projetos, certo?!
Custos
Mas assim como é preciso avaliar prazos, também é preciso investigar como está o andamento do projeto em termos de orçamento. E para isso, podemos calcular dois indicadores:
Variação de custos: O primeiro é a Variação de Custos (VC), onde vão ser usados o Valor Agregado menos o Custo Real (CR):
VC= VA – CR (Valor agregado menos Custo Real)
Aqui também se a variação é positiva existe economia no orçamento, enquanto se a variação for negativa, estaria estourando o orçamento.
Índice de Desempenho de custos: A segunda conta é o IDC (Índice de Desempenho de Custos), que é uma relação entre Valor Agregado e o quanto foi gasto ou o Custo Real (CR):
IDC= VA/ CR (Valor Agregado dividido pelo Custo Real).
E também se o IDC for igual a 1, estará dentro do orçamento ou On Budget.
Observação: se IDC for > 1, a VC será positiva (Economizando). Se o IDC < 1, a VC será negativa (Orçamento Estourado). Se o IDC for = 1, a VC será ZERO, significando que o projeto está absolutamente no Orçamento exato conforme o planejamento original, ou ON BUDGET, como se diz na expressão americana.
Estimativa no Término
Em cada reunião de status como cliente ou sponsor do projeto, o que eles querem saber fundamentalmente é se o projeto vai terminar no prazo e dentro do orçamento. Quando isso acontece, maravilha.... mas nem sempre isso é o que acontece.
Quando existe alguma variação nos prazos e nos custos, todo gerente de projeto vai precisar apresentar no Status Report uma nova estimativa, ou seja, quando o projeto será concluído ou, em termos de dinheiro, qual a nova estimativa financeira.
Cálculo da nova Estimativa financeira do projeto:
Para calcular a nova estimativa financeira do projeto, é preciso obter o orçamento inicial menos a variação de custo até o momento, ou seja, vai precisar utilizar o ONT (Orçamento Total) e a VC (Variação de Custos).
ENT1= ONT- VC
Se houve, por exemplo, uma economia no que estava destinado ao Orçamento Total é preciso avaliar se ela foi pontual ou se essa mesma causa vai se propagar.
Caso seja pontual, a conta acima é o cálculo indicado. Mas se for se propagar, pode ser realizado um novo cálculo, que é o Orçamento no Término em relação ao Índice de Desempenho de Custo:
ENT2= ONT/ IDC
Mas se quiser saber quanto ainda vou gastar para terminar o projeto, é possível fazer mais um cálculo.
Essa é a Estimativa para o Término (EPT), que deve ser calculada a partir de duas variações. Assim, calcula-se o quanto ainda será gasto subtraindo a nova estimativa no término (ENT) do quanto já foi gasto, ou seja, utilizando a seguinte equação:
EPT1= ENT – CR
Mas será preciso avaliar, qual índice será apresentado: o cálculo a partir da nova estimativa no término que foi calculada a partir da variação pontual (ENT1) ou da variação que será propagada (ENT2).
Com essas fórmulas é possível analisar o valor agregado e avaliar atrasos, economias ou projetos entregues dentro de prazos e orçamentos.
Espero que você possa utilizar ou testar nos seus projetos daqui pra frente.
Por que as pessoas não utilizam?
Por dois motivos: a primeira por desconhecimento; a segunda porque muitas vezes as pessoas não colocam os custos em cada atividade, e aí fica sem ter a referência.
Mas tenho duas dicas que você pode utilizar:
- 1. Coloque R$ 1,00 por dia de duração da atividade.
- 2. Transforme em horas, e use da mesma forma: PV: #horas planejadas; CR: #horas gastas, utilizadas; VA: % de conclusão multiplicado pela #de horas estimada para a atividade. Experimente!
Para quem ainda tem dúvidas sobre o que é valor agregado e análise de valor agregado, no vídeo abaixo, eu dou exemplos práticos que vão clarear mais esse conceito, utilizando todas essas fórmulas apresentadas aqui.
Também vale dizer esse é um termo que é muito abordado no curso “Preparatório PMP® para certificação do PMI® da RC ROBSON CAMARGO - Projetos e Negócios. Esse e todos os demais temas para todos os profissionais se tornarem Certificado PMP®.
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Sobre o autor
Robson Camargo, PMP, MBA, GWCPM, ASF é professor nos cursos de MBA das Principais Escolas de Negócio do País: FGV, Fundação Dom Cabral e FIA/USP com Certificação PMP – Project Management Professional emitida pelo PMI, MBA em Administração de Projetos pela FEA/USP e Master Certificate pela George Washington. Robson Camargo é autor do livro PM VISUAL e criador do Método PM VISUAL. Sua equipe realiza treinamentos e consultorias em empresas do Brasil e exterior. Robson Camargo está à frente da RC Robson Camargo – Projetos e Negócios, há mais de 11 anos.
As marcas PMP, PMI, PMBOK e a logomarca “REP” RegisteredEducationProvaider são marcas registradas do Project Management Institute, Inc.
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