MVP: por que a gestão de projetos precisa desta etapa?
- 5/03/2020
- Robson Camargo
Quais são as primeiras etapas de um projeto? Se você citou o MVP, isso é sinal de que sabe o que é a sua importância na gestão de projetos. Mas se ignora o que seja ou não o utiliza em sua empresa, está cometendo um grave erro.
O MVP, na prática, deve ser uma das primeiras etapas de qualquer projeto. Pois, para lançar um novo produto ou serviço com o menor investimento possível é necessário testar a ideia antes de apostar em grandes ações.
O que significa MVP?
Pois bem, MVP significa Minimum Viable Product ou Produto Mínimo Viável. Trata-se de uma versão mínima do produto, ou seja, uma versão que possui apenas as funcionalidades necessárias para que ele funcione de acordo com seus principais objetivos, cumprindo a função para que foi destinado.
MVP tem significado bastante comum em empresas de tecnologia. Empresas do Vale do Silício são excelentes exemplos para pensar que uma ideia ganham validação antes da finalização do produto.
Quando uma empresa vai lançar um novo produto ou serviço, principalmente se for uma startup, ela precisa testar a viabilidade do seu negócio antes de executá-lo ou correr atrás de grandes investimentos.
Isso é evidente, porque esse novo produto deve incluir recursos necessários para resolver os problemas dos usuários e, assim, crescer no mercado.
Importante no MVP é agregar valor para o cliente, porque qualquer negócio exige retorno de receitas. Para isso, é preciso garantir um benefício imediato e minimizar custos de desenvolvimento.
É aí que entra o MVP. É por meio dele que você vai testar a usabilidade, aceitação, eficiência e comparação com produtos ou serviços existentes. Somente com a sua validação que o novo produto/serviço vai então ser acelerado com aperfeiçoamentos e mais investimento.
Por meio do Mínimo Produto Viável será possível um melhor acompanhamento de projetos, pois o gerente de projetos conseguirá se antecipar às possíveis dificuldades que possam surgir.
O que é MVP?
O MVP funciona como uma espécie de plataforma de observação e coleta de dados dos clientes, vai construir situações práticas para que os desenvolvedores aprendam, de um jeito rápido, quais diferenciais que o público busca e funcionalidades que precisam ser desenvolvidas para dar uma solução inovadora ao mercado.
E, se você tinha dificuldades em como fazer análise de valor agregado, verá que com o MVP será muito mais fácil.
Afinal, evitar grandes investimentos em um produto que ainda não se sabe se será aceito no mercado é mais do que uma estratégia inteligente em termos financeiros, é uma forma de aperfeiçoar o seu produto desde o primeiro teste. Por isso, ele é tão importante para a gestão de projetos.
O que precisamos ter em mente na hora de criar o MVP é que não é porque é o mínimo viável que devemos entregar funcionalidades que não funcionam direito, embora seja na quantidade necessária (o mínimo entra nesse aspecto), a qualidade não pode ser perdida.
Na verdade, o significado de MVP é uma equipe coletar o máximo de aprendizado validado sobre um produto com o mínimo de esforço. É coletar de forma prematura tudo o que pode dar errado (ou certo), e corrigir antes que haja um lançamento oficial.
O MVP também é extremamente útil para as PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Afinal, o conceito do MVP propõe que você pense bastante (entenda o público) antes de lançar um novo produto ou serviço, mas, principalmente, que não tente lançar o produto perfeito e completo.
Lance um bom MVP básico e vá melhorando paulatinamente com a colaboração dada, inclusive, pelos próprios clientes.
Quem inventou o MVP?
O termo MVP foi cunhado em 2001 por Frank Robinson, CEO da californiana SyncDev, e explorado no livro “A Startup Enxuta”, tornando-se um método de empreendedorismo muito utilizado por várias empresas nos últimos anos, sobretudo no meio digital.
O verbete ganhou o mundo depois que várias empresas com ideias disruptivas começaram a implementá-lo em serviços amplamente conhecidos como Dropbox, Groupon e Uber. Isso ocorre porque o MVP pula muitas etapas do ciclo de desenvolvimento de produtos tradicionais — em que há muita pesquisa e investimento em planejamento antes de iniciar um grande projeto.
É por isso que o MVP é utilizado, geralmente, no âmbito de empresas em estágio inicial, pois elas buscam realizar testes para acelerar o processo de validação de hipóteses e assim reduzir os custos com planejamentos longos que darão respostas muitos meses depois.
Quem pode usar o MVP?
Qualquer empresa ou pessoa pode usar o conceito do MVP para criar e fazer testes de produtos e serviços. Geralmente quem erra mais e rápido consegue aprender o que funciona antes e tem maior probabilidade de inovar perante os concorrentes.
O MVP é basicamente um acelerador da lógica de criar, medir, aprender e ajustar um produto ou serviço num intervalo muito curto de tempo.
Como fazer o MVP?
Antes de começar, defina: de todas as incertezas que você possui sobre o projeto, quais você quer validar primeiro? Quais são as funcionalidades mínimas para que ele possa começar a ser usado?
O segredo está no foco para definir quais são os aspectos essenciais do projeto. Não tenha medo de errar, é no erro que estarão suas melhores percepções, mas não deixe que o cliente perceba a fragilidade de seu MVP.
A opção do cliente em usar o MVP é também uma forma de reconhecer a complexidade do projeto que está sendo passado ao fornecedor, buscando formas alternativas para alcançar o sucesso.
É válido lembrar que no gerenciamento de projeto, a técnica do MVP só deve ser utilizada em comum acordo e validação do cliente visto que é a marca da empresa dele que está em risco (pois o usuário final poderá considerar o produto de baixa qualidade dependendo da quantidade de requisitos implementados).
Para os diversos exemplos de MVP, siga esses passos básicos:
É preciso identificar e entender as necessidade do seu próprio negócio
Para isso, determine a meta de longo prazo, entenda por que estão fazendo o projeto e identifique os critérios de sucesso para o produto.
Para produzir essa identificação, as reuniões de equipe são perfeitas, com o uso de inteligência coletiva é possível coletar diversas ideias e usá-las na metodologia Design Thinking, que traz solução de problemas e identificação de oportunidades.
É possível também utilizar o Canvas de Modelo de Negócios para definir os componentes básicos para criação do seu MVP: segmento, propostas de valor, canais, relacionamentos com os clientes, fontes de receita, recursos-chave, atividades e parceiros.
Busque as oportunidades
Para tanto, mapeie a jornada do usuário (quem é o usuário, ações do usuário e final de história), identificando todas as ações que ele deverá tomar para chegar ao objetivo.
Além disso, crie um mapa de ganhos para o seu cliente. E se, for o caso, também liste os “sofrimentos” que ele poderá enfrentar, caso o produto não atinja o objetivo.
Determine quais recursos serão criados
Quando você entende o MVP, o que é, precisa identificar as oportunidades para entender o que deve ser criado e criar esses recursos com prioridades.
Para fazer isso, é possível utilizar declarações de oportunidade e usar uma matriz de priorizações, que é muito comum na ferramenta PDCA.
A matriz vai apresentar qual é a maior urgência para o produto ou serviço. Assim, vai estabelecer prioridade do que deve ser incluído no MVP.
É preciso também ter um detalhamento dos recursos que serão incluídos no roteiro do produto.
MVP e Ágeis
O MVP é só uma etapa da gestão de projetos ágeis, metodologia que reúne as principais habilidades e ferramentas para gerir projetos e produtos com qualidade e velocidade.
Pelo fato de prever melhoria contínua, com desenvolvimento e teste, o conceito do MVP casa perfeitamente com os Métodos Ágeis.
Conseguiu entender o que é o MVP e por que é necessário testar o seu produto antes do lançamento no mercado? Se ainda ficou com dúvidas comente aqui!
Entenda mais sobre o Canvas de Projeto nesse vídeo:
Sobre o autor
Robson Camargo, PMP, MBA, GWCPM, ASF é professor nos cursos de MBA das Principais Escolas de Negócio do País: FGV, Fundação Dom Cabral e FIA/USP com Certificação PMP – Project Management Professional emitida pelo PMI, MBA em Administração de Projetos pela FEA/USP e Master Certificate pela George Washington. Robson Camargo é autor do livro PM VISUAL e criador do Método PM VISUAL. Sua equipe realiza treinamentos e consultorias em empresas do Brasil e exterior. Robson Camargo está à frente da RC Robson Camargo – Projetos e Negócios, há mais de 11 anos.
As marcas PMP, PMI, PMBOK e a logomarca “REP” RegisteredEducationProvaider são marcas registradas do Project Management Institute, Inc.
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