Stakeholders: entenda a grande importância deles no gerenciamento de projetos
- 5/8/2019
- Robson Camargo
Quando um profissional se envolve com um projeto ou negócio, é fundamental que identifique quem são os stakeholders que também serão elementos principais da empreitada.
Mas você já ouviu falar, sabe do que se trata? O que é “Stakeholders”? Você sabe como os stakeholders influenciam a empresa?
O que são stakeholders?
Stakeholders, significado: são pessoas que têm interesse na gestão de empresas ou na gestão de projetos, tendo ou não feito investimentos neles. Poderíamos considerar essa definição de stakeholders de um modo abrangente.
A palavra “Stakeholder” surgiu da união de duas outras palavras do inglês. Stakeholders, tradução:
- Stake: interesse
- Holders: aqueles que possuem
O termo Stakeholder foi criado pelo filósofo Robert Edward Freeman, em 1963, a partir de um memorando interno da Stanford Research. Stakeholders, definição, segundo ele, se referia a “grupos que sem seu apoio a organização deixaria de existir”.
O que significa stakeholders?
No Brasil, para entender melhor stakeholders, o que é? Podemos dizer que são públicos de interesse.
Se formos pensar no universo da gestão de empresas, que precisa de diversos recursos, desde os financeiros aos humanos, como as equipes, a equipamentos e ferramentas de gestão de projetos, como softwares, é muito importante ter também o conhecimento dos stakeholders de um projeto para alcançar os objetivos de uma estratégia.
Com o Stakeholders, conceito, esse novo modelo de negócios dá um passo além do sistema de shareholders (acionistas), quando só quem estava investindo financeiramente manifestava interesse naquele negócio e projeto. Não havia qualquer análise sobre os públicos impactados com a iniciativa.
Na Teoria dos Stakeholders de Freeman, existem diversos outros componentes da sociedade que devem ser considerados na tomada de decisão de uma empresa.
Então por isso, para entender mais sobre esse conceito é preciso saber muito além do significado de stakeholders.
As empresas mais modernas adquiriram essa visão mais global a respeito de suas iniciativas, que acaba considerando outros públicos como interessados também. O propósito acaba sendo muito maior do que só vender e ganhar dinheiro. Entrou neste ponto também um fator de responsabilidade social.
Stakeholders, exemplos
Há uma cadeia de empresas e pessoas que podem ser stakeholders em um negócio, desde a equipe interna envolvida em um projeto e os acionistas, até governo, concorrência, mídia especializada, ONGs, e assim por diante.
No gerenciamento de stakeholders é extremamente saber quem são as pessoas-chave, que possam influenciar no sucesso de uma iniciativa em diversos aspectos, até mesmo com o cronograma de projeto. E mesmo neste aspecto, há stakeholders internos e externos.
Outros exemplos de Stakeholders:
- Gestores da empresa;
- Funcionários;
- Fornecedores;
- Clientes;
- Sindicatos;
- Comunidade.
Podemos então dizer que a diferença principal entre shareholders e stakeholders é que no primeiro só o fator econômico é levado em consideração. Já no segundo entram 4 fatores fundamentais: sociologia, economia, política e ética.
Apesar do conceito de Stakeholders mostrar-se mais moderno, ainda existem muitas empresas que operam no sistema shareholders.
Como os stakeholders influenciam uma empresa?
É verdade que cada stakeholder tem grau diferente de influência em uma empresa. Por isso, há a necessidade de saber quem são os stakeholders de um projeto, especialmente para alinhar expectativas e saber como lidar com cada um.
Nesses momentos é muito importante utilizar as técnicas de negociação para conduzir de forma positiva o alinhamento das ideias e, por consequência, o sucesso do projeto.
Por exemplo, os stakeholders-chave são aqueles impactados diretamente pelo projeto ou têm alto grau de influência – positiva ou negativa-- sobre a iniciativa.
Podemos dizer há dois tipos de stakeholders: o primário e o secundário.
Não pensem que apenas os acionistas ou investidores de uma iniciativa estão nesta categoria principal. Também entram como stakeholders primários quem exerce influência direta sobre a empresa ou projeto dela, como:
- Colaboradores;
- Fornecedores;
- Clientes;
- Concorrentes;
- Investidores;
- Proprietários.
Mas por exemplo, se o projeto é a construção do uma usina, a comunidade afetada e os órgãos ambientais, que podem vetar uma licença, podem ser considerados como essas peças-chave.
Mas quem faz parte dos stakeholders secundários?
Mas apesar de grande poder de influência, na análise dos stakeholders, esse grupo secundário pode ser classificado como aqueles que não estão diretamente ligados às atividades econômicas da empresa, mas têm a capacidade de mobilizar a opinião pública:
- Governo;
- Imprensa;
- Grupos ambientalistas;
- Analistas financeiros;
- Instituições financeiras;
- Comunidades;
- ONGs.
Para saber fazer a gestão dos stakeholders e saber quem são todos os envolvidos de um processo, sua importância e grau de influência, seja temporário (projeto) ou duradouro (negócio), uma ferramenta importante é o Mapa de Stakeholders, que compreende quem são os influenciadores positivos, negativos e os moderados.
São três anéis ao redor da empresa, quanto mais perto do centro estiver um determinado stakeholder, maior seu grau de importância frente ao impacto do projeto.
É evidente que cada projeto e empresa terá esses mesmo elementos em posições diferentes, de acordo com o setor e até mesmo situação econômica.
Como gerenciar os stakeholders?
Pois bem, como vimos, um projeto afeta ou é afetado, de forma positiva ou negativa, por um conjunto de pessoas, grupos ou instituições interessadas. Para esses conjuntos, que podem influenciar o sucesso do projeto, dá-se o nome de stakeholders.
Na área de Gestão de Projetos é muito importante fazer a identificação e dar o tratamento adequado para cada conjunto de envolvidos.
Surge então o Gerenciamento de Partes Interessadas, que é uma nova área de conhecimento adicionado na quinta edição do guia “Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®)—Quinta Edição“.
Nessa nova área de conhecimento é realizada a identificação, planejamento, gerenciamento e controle das informações sobre os interesses, expectativas, influências, relacionamentos e necessidades dos envolvidos, possibilitando antecipar oportunidades, evitar problemas, tomar medidas pontuais e melhorar a comunicação do projeto.
Listamos a seguir 4 etapas fundamentais para o Gerenciamento de Partes Interessadas.
1 - Identificando os envolvidos
Identifique e liste todos que podem influenciar o sucesso do projeto e descreva esses grupos e seus participantes.
2 - Análise das expectativas e interesses
Descreva para cada um dos envolvidos quais as suas expectativas e interesses.
3 - Classifique os envolvidos
Nessa etapa procuramos classificar os envolvidos pelo seu grau de poder, influência, impacto, interesse, susceptibilidade. Podemos pegar essas características e fazer cruzamentos que ajudem a equipe do projeto a priorizar e garantir o uso eficiente de esforços para gerenciar as expectativas dos principais stakeholders.
Alguns modelos de classificação que podem ser criados:
- Grau de Poder x Influência;
- Grau de Influência x Impacto;
- Grau de interesse x poder x susceptibilidade;
- Grau de Poder x Interesse.
4 - Crie um plano de abordagem
Defina para cada grupo de envolvidos como será a abordagem e controle das suas expectativas e necessidades.
Procure, desde a especificação do escopo do projeto, incorporar e identificar os principais interessados dos seus projetos. Não negligencie o Gerenciamento de Partes Interessadas, pois, se deixado de lado, causará atrasos no cronograma, falhas nas especificações do projeto e consequentemente erros nos cálculos de custo e alocação de recursos necessários.
Ainda que o relacionamento com os stakeholders possa ser aprimorado com essas dicas, cabe somente aos empreendedores e gestores desenvolverem seus conhecimentos e habilidades em liderança para se tornarem capazes de negociar com seus públicos com mais propriedade, mantendo-os sempre envolvidos nos objetivos do negócio.
Ainda tem dúvidas? Mande uma mensagem por aqui (robsoncamargo.com.br) ou no LinkedIn. Enquanto isso, aproveite também para ver esse vídeo que fala sobre o Guia PMBOK®, outro assunto muito importante dentro do gerenciamento de projetos e que também trata dos stakeholders.
Sobre o autor
Robson Camargo, PMP, MBA, GWCPM, ASF é professor nos cursos de MBA das Principais Escolas de Negócio do País: FGV, Fundação Dom Cabral e FIA/USP com Certificação PMP – Project Management Professional emitida pelo PMI, MBA em Administração de Projetos pela FEA/USP e Master Certificate pela George Washington. Robson Camargo é autor do livro PM VISUAL e criador do Método PM VISUAL. Sua equipe realiza treinamentos e consultorias em empresas do Brasil e exterior. Robson Camargo está à frente da RC Robson Camargo – Projetos e Negócios, há mais de 11 anos.
As marcas PMP, PMI, PMBOK e a logomarca “REP” RegisteredEducationProvaider são marcas registradas do Project Management Institute, Inc.
Deixe seu Comentário